A China está enviado cargas de petróleo ao espaço
Recentemente o satélite SJ-10 da China foi lançado em órbita a partir da base Jiuquan, no deserto de Govi. Seria apenas mais um satélite que orbitaria o nosso planeta, nada de estranho, se não fosse sua carga incomum: seis cilindros de titânio com petróleo bruto, comprimido a 500 atmosferas.
Todos sabemos o quanto é caro enviar qualquer tipo de material para o espaço, o que faz uma simples missão custar fortunas gigantescas. Sabendo disso, percebemos então que envia-se ao espaço somente algo de extrema importância, como suprimentos (contados) para os astronautas a bordo da Estação Espacial, e outros equipamentos necessários para pesquisas. Mas petróleo? Para que serviria isso no espaço? Segundo a Agência Espacial Chinesa, eles não estão interessados em criar espaçonaves movidas a gasolina, mas sim em encontrar mais petróleo na Terra.
Como assim?
Você deve estar se perguntando: "Como enviar petróleo para o espaço ajudará a encontrar petróleo na Terra?" Por incrível que pareça, pode ajudar bastante. O Experimento do Coeficiente de Soret no Petróleo Bruto consiste em seis mini atmosferas altamente comprimidas, onde as misturas de moléculas do petróleo serão estudadas para se entender melhor como ocorre sua distribuição sob pressões muito altas e temperaturas irregulares.
Experimento de petróleo enviado para o espaço. Créditos: ESA/A. Verga |
Mas e o efeito estufa?
As empresas de petróleo que contrataram o estudo foram a chinesa PetroChina e a francesa Total. Elas pretendem encontrar reservas escondidas através desse estudo, e quem sabe, atrasar ainda mais o uso de energias renováveis e ecologicamente corretas.
Um fato interessante é que essa missão foi lançada ao espaço alguns meses após um acordo feito em Paris, quando 195 países concordaram em reduzir a emissão de gases nocivos do efeito estufa. Para que esse objetivo seja alcançado, vários governos do mundo assinaram tratados com a promessa de diminuir atividades como a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo. Interessante também é que os EUA, considerado um dos países mais poluidores do mundo, não está envolvido neste estudo. Todos os envolvidos são: ESA, Centro Nacional de Ciências da China, Total e PetroChina (petrolíferas francesa e chinesa).
Deixando de lado o "politicamente correto", esse experimento parece ser fascinante. Segundo a ESA, os cilindros de petróleo dessa pesquisa estão entre os itens de maior pressão já enviados para o espaço. E se tudo der certo, entenderemos ainda mais as profundezas do nosso planeta... será?!
Fonte: Galeria do Meteorito
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